Leituras: Ap 7,2-4,9-14; 1Jo 3,1-3; Ev. Mt 5,1-12
Prezados irmãos e irmãs. Prezados padres Pe. Joel, Pe. Camilo e todos os que participam pela transmissão na internet. Paz e bênçãos de Deus a vocês que se dispõem neste dia santo, a ouvir e meditar a Palavra de Deus.
Hoje é a festa de todos os santos, a festa que celebra nosso destino, festa de nossa chamada à santidade. O Concílio Vaticano II nos fala do chamado universal à santidade. Deus é santo e santifica a sua Igreja. A Igreja santa se manifesta na vida dos fiéis (cf LG 39). E o que é a santidade? É a perfeição na caridade que é glória de deus e serviço ao próximo (cf. LG 40).
A Igreja peregrina, feita de santos e pecadores nos convida hoje a olhar a verdade profunda de cada pessoa: por detrás de cada um de nós, se esconde um santo em potencial.
Sim você pode ser santo! Nós cremos que cada pessoa nasce para realizar o sonho que Deus tem para ele e que nosso lugar é insubstituível nos planos de Deus. O santo é quem descobriu este destino o realizou, ou melhor, deixou Deus realizar nele a santidade, deixando que Deus tomasse conta de sua vida.
A santidade que celebramos é a Santidade de Deus porque só Ele é Santo, ser santo é ser seduzido por esta santidade de Deus que se manifestou em Jesus Cristo e deixar-se contagiar por esta santidade.
O santo é tudo o que existe de mais belo e nobre na natureza humana. Em cada um de nós existe a saudade, o desejo da santidade. O desejo de recuperar a inocência original na qual foi criado o primeiro homem. É necessário tirar os santos das alturas e coloca-los na terra pois eles viveram entre nós. No cotidiano da vida entre luzes e sombras souberam escolher o amor. Escutemos os santos e sigamos seus exemplos pois eles nos ajudarão a atingir a plenitude da felicidade.
Os santos não são pessoas estranhas, tristes e praticantes de penitências exageradas. São cristãos que acreditaram no projeto de Deus: um mundo de amor, justiça e paz. São muitos os santos, uma multidão incontável, nos fala o livro do Apocalipse, entre eles se destacam os mártires mas todos eles tiveram que lavar as vestes no sangue de Cristo (o Cordeiro), ou seja tiveram que se unir a Cristo na subida do Calvário para chegarem à ressureição gloriosa. Pela cruz chegaram à luz.
Peçamos aos santos a sua ajuda para nosso caminhar: a S. Pedro peçamos sua fé firme como a rocha, a Francisco sua alegria evangélica, a S. Paulo seu espírito missionário, a Teresinha seu abandono em Deus, a Santa Gemma seu amor a Cristo crucificado, a Santo Expedito sua decisão firme e constante no seguimento de Jesus, a Santo André o espírito de acolhida fraterna. Assim com eles lá no céu e nós aqui na terra poderemos cantar juntos os louvores do Senhor
Se a santidade é o modelo da plenitude humana, da felicidade verdadeira, por que não colocarmos esta meta para nós mesmos? Santo não é quem faz milagres ou coisas extraordinárias, mas quem vive em plenitude a fé, esperança e caridade no dia a dia da vida. Talvez conheçamos muitos santos vivos, que por sua humildade não percebemos e nem eles sabem que são santos.
Por que não ser santo? Um escritor francês escreveu: “Existe somente uma tristeza: a de não ser santo”
Festejar os santos é festejar uma história alternativa. A história que estudamos nas escolas é feita de guerras, divisões entre nações e competições pelo poder, pela honra e fama. Os heróis, não raro, oprimem e subjugam os outros comandando exércitos e batalhas. A lei é a competição, o objetivo é o lucro e o desejo é o consumismo. É a história dos poderosos. Existe, porém, uma história deferente, aquela que Deus vai escrevendo: a história do Reino de Deus que Jesus inaugurou. Reino de Deus onde Deus é pai de todos e todos vivem como irmãos. Este Reino, esta história não terá fim. Os santos perceberam isto e decidiram ajudar a escrever esta história.
As bem-aventuranças do Evangelho, nos recordam com força qual é a lógica de Deus. Elas são o retrato de Jesus. Esta lógica na qual aparece o contraste entre o mundo do pecado dos homens e o mundo da graça e bondade de Deus. Os santos são os heróis da nossa fé. Souberam viver imitando Jesus, doando totalmente sua vida por amor a Deus e ao próximo. São os últimos neste mundo por isso serão os primeiros no mundo que há de vir.
O roteiro para a santidade são as bem-aventuranças. Moisés no monte Sinai deu os dez mandamentos, a antiga aliança ao povo, Jesus no monte das Bem-Aventuranças, deu a nova lei, a nova aliança ao novo Povo de Deus, a Igreja.
Invoquemos os santos, eles são nossos amigos que seguiram Jesus fielmente e conhecem o caminho que devemos seguir. Eles intercedem por nós e esperam-nos na eternidade feliz com Deus. Por isso podemos rezar: “creio na comunhão dos santos”. AMÉM