NATAL 24 dezembro 2019
Natividade do Senhor-Missa da Noite-Catedral-Diocese de Santo André
Is 9, 2-7; Tt 2, 11-14; Lc 2, 1-14
Prezados irmãos e irmãs, saúdo a todos que vieram para celebrarmos mais um natal ao redor do Senhor que no mistério da Encarnação vem ao nosso encontro. Acolhamos este dom imenso. Saúdo o Pároco da Catedral Pe. Joel, os vigários paroquiais, Pe. Giacomo e Pe. Flávio. Ao acolher o Menino Jesus sintamo-nos também acolhidos em sua casa e no coração dos irmãos aqui presentes.
Gostaria de destacar a partir da palavra aqui proclamada alguns pontos luminosos que nos guiarão como a estrela até a gruta de Belém, onde encontraremos o Menino: Palavra que se fez carne.
Primeiro, a alegria. Uma alegria contagiante está presente neste dia e dizemos uns aos outros Feliz Natal. Porém em meio ás festividades não podemos esquecer o sentido profundo desta alegria, desta festa: Deus se torna humano para nos salvar, libertando-nos e divinizando-nos.
Luz. Jesus filho de Deus, descendente do Rei Davi, nasce na pobreza. Deus vem á humanidade e toma o último lugar. Como filhos da luz, devemos viver na luz, viver vida nova que consiste em amar e servir.
Anúncio. Os anjos anunciam aos pastores o que está acontecendo. Eles são convidados para visitar Jesus. Assim, Deus se manifesta primeiramente aos marginalizados, pobres, excluídos.
Nós romantizamos muito a figura dos pastores, mas eles eram mal vistos e excluídos no tempo de Jesus, eram pobres e ignorantes. Jesus o filho de Deus nasce pobre no meio dos pobres. Os últimos serão os primeiros”. Antes de nascer esta criança já era rejeitada\: não teve lugar para ele na casa. Assim ele fica fora, junto com os rejeitados deste mundo. É a figura de Jesus rejeitado em sua paixão e morte.
No anúncio do anjo está a formula de fé em Jesus: Nasceu o Salvador, Messias, Senhor! O sinal que o anjo indica é uma criança. Esta criança indefesa é o sinal do amor vitorioso de Deus. Aqui já está o anúncio da ressurreição: o menino é chamado Senhor: título do ressuscitado. É envolto em faixas: como no sepulcro é envolto no lençol. É colocado na manjedoura, local do alimento dos animais: ele será na Eucaristia nosso alimento. Nenhum mistério que a Igreja celebra pode fugir do mistério central que é a Páscoa. Sem a luz da ressurreição a celebração do Natal fica vazia: De que adiantaria Cristo ter nascido na manjedoura, se não nos tivesse redimido por sua cruz e ressurreição?
Canto de Paz. O canto dos anjos nos fala da Paz que é o que o menino veio trazer ao mundo. Paz é o anseio da humanidade e é o fruto maior da ação de Jesus. Quando ele o ressuscita anuncia a paz já cumprida. A segunda leitura nos alerta para o fato de que a vinda de Cristo deve ser celebrada e vivida como conversão para sermos plenamente humanos, plenamente inseridos na filiação divina: sermos filhos de Deus. Vivermos na graça e no amor. Renunciar o que é mundano, o que não é de Deus e viver uma vida digna do evangelho. Somente assim teremos paz. A paz que Jesus traz é fruto de um compromisso de vida assumido e vivido na justiça, na fraternidade e na santidade. Diferente da Pax romana, imposta pela força da lei e que progredia pelo medo. Exatamente como hoje atua o sistema econômico que domina o mundo.
A paz deve ser construída em nossas famílias em nosso ambiente de vida, mas sobretudo em nosso coração. Devemos semear a paz ao invés de semear discórdia e violência. Os muitos problemas sociais que presenciamos todos os dias clamam pela nossa solidariedade e amor. Consagro ao Menino Jesus, a José e Maria Santíssima o Vicariato da Caridade Social de nossa Diocese que foi instituído no dia 30 de novembro passado e seu vigário Episcopal Pe. Ryan.
Lembremos enfim, Natal mais que presente, é Deus presente. Mais que aniversário de Jesus, é o mistério de seu nascimento que somos chamados a comemorar com alegria e gratidão!