Jesus confiou o serviço divino de salvação (mistério pascal) e glorificação de Deus aos Apóstolos e à Igreja, missionária do Reino de Deus. Na liturgia, o Mistério Pascal, celebrado com base na Palavra de Deus, nas Sagradas Escrituras, pode ser recitado, proclamado ou cantado. Assim, o canto só será litúrgico se for comemorativo do mistério de Cristo e se ajudar a viver o Mistério Pascal, além de todo sentimentalismo e gosto estético, quer pessoal ou grupal.
Hoje, apesar dos avanços do Concílio Vaticano II, reina certa confusão no campo da música litúrgica: confunde-se canto litúrgico com outros tipos de canto. Existem expressões musicais de estilo neopentecostal, de vertente sentimental mais próprias de grupos e encontros.
Há certo relativismo em relação à música litúrgica que não favorece a espiritualidade própria da liturgia. Corre-se o risco de transformar a Assembleia litúrgica em plateia para show. Em nossa Diocese tem havido preocupação com o canto litúrgico. Fruto desse cuidado é este Hinário Litúrgico Diocesano, no seu primeiro volume para o “Ordinário da Missa”. Uma iniciativa necessária e
exigente, levada avante por aqueles que amam a liturgia e aos quais todos nós agradecemos de coração.
O canto litúrgico não é questão pessoal ou grupal, mas eclesial. O canto litúrgico pertence à Igreja que celebra, por isso é mais que justificada a existência deste hinário. Vamos acolhê-lo com carinho. Ele é sinal de maturidade de nossa Igreja diocesana, que deseja cada vez mais viver sua Liturgia como comunicação com o Pai, por Cristo, no Espírito Santo.
Em nome de Jesus, sejam abençoados os que confeccionaram este hinário e os que dele se servirão para louvor e glória do Altíssimo.
Dom Pedro Carlos Cipollini,
Bispo Diocesano de Santo André