Queridos irmãos e irmãs! Estamos aqui por causa de Jesus. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Aquele que nos salva. O dia de domingo para nós é sagrado, porque é o dia de celebrarmos a ressurreição. São Paulo diz na segunda leitura: ‘seríamos os mais infelizes, se não acreditássemos na vitória de Cristo sobre a morte, sobre o mal e sobre o pecado e a sua ressurreição. É vitória total sobre todas as forças do mal e o triunfo na sua graça e sua glória. E Jesus ressuscitou. E que nos alegra e que é o centro da nossa fé é saber que Ele nos convida a participarmos dessa ressurreição. Quem com Cristo sofre, com Ele será glorificado.
E a Palavra de Deus neste dia nos fala do grande projeto de Deus. E esse projeto que está em desenvolvimento. É o seu Reino. Jesus pregou o Reino de Deus, que é o modo de viver de acordo com Deus. Levando Deus a sério, tendo fé na sua palavra. Confiando Nele acima de tudo. Primeira leitura nossa fala da confiança que devemos ter em Deus e não nos seres humanos. Porque Deus é que decide a história. Ele que leva adiante o seu projeto. Esse projeto do Reino de Deus, reino que não é um local, mas um modo de vida. E o Reino de Deus está presente em nosso meio quando nós vivemos o evangelho. E o Reino de Deus se concluíra na eternidade. No dia que cada um entra na eternidade e no fim dos tempos quando Cristo será tudo em todos.
Portanto, meus irmãos e minhas irmãs, o desafio que nós é proposto como cristãos, cristãs é entrar no dinamismo do Reino de Deus. Do contrário não seremos salvos. Jesus diz: ‘a porta é estreita’. O caminho é estreito. Mas é necessário passar por ele. O Reino de Deus é como um negócio que você faz. Você vai pagando aos poucos, mas a conclusão já vem com dia marcado. Ele vai concluir o negócio naquele dia. Então durante essa vida você vai caminhando. Mas a solução e o final do negócio é na eternidade. Então, nós devemos executar o projeto de Deus aqui para que o negócio de certo lá.
E Jesus nos ensina como participar do Reino de Deus. Quem entra no Reino de Deus? Quem pratica as bem aventuranças. E Jesus sabe que no mundo, isso que Ele ensina das bem aventuranças não é bem visto. Quem pratica as bem aventuranças, quem acredita no Reino de Deus, que trabalha por ele, muitas vezes é perseguido. Por isso Jesus diz que a bem aventurança conclusiva maior é essa: de ser perseguido por fazer o bem, crer no evangelho e acreditar no que Ele ensinou.
Todos nós ouvimos muitas vezes as bem aventuranças, que nos diz o tipo de vida que o cristão deve ter. É o tipo de vida de serviço aos outros. Nada de egoísmo. Egoísmo não rima com cristianismo. Prega a paz. Luta contra a violência. Busca a fraternidade, partilha, amor ao próximo. Isso é Reino de Deus.
E a Igreja existe para anunciar o Reino de Deus e os locais devem ter o clima para se viver o Reino de Deus. Fraternidade, unidade, comunhão, participação. Por isso existem as comunidades. Por isso a Igreja se organiza em paróquias que são feitas de comunidades. Não comunidade isolada, cada um na sua, mas comunidades irmãs, interligadas na defesa desse projeto de Deus.
Quem entra no dinamismo do Reino de Deus vai se tornando uma pessoa santa. Uma pessoa que muitas vezes incomoda fazendo caridade. Porque o deus desse mundo não é Jesus Cristo. É o que gira em torno do lucro. Portanto, o Reino de Deus, que é de luz é rejeitado pelo reino das trevas. Mas o projeto de Deus será vitorioso. Já está sendo. É um bom negócio engajar-se no projeto de Deus. Quem for com Ele até o fim, ressuscitará e participará da glória da vida.
Por isso nós rezamos, ouvimos a palavra de Deus, vivemos a fraternidade. Porque Deus é essa esperança firme de que não é em vão nossa luta. Deus potencializa todos os atos, por mais pequenos que sejam, em favor do seu reino. Pode ser pequeno como uma semente, mas dará frutos que se torna uma grande árvore. Porque Deus é o criador desse projeto e para Ele tudo é possível.
Essa comunidade está engajada neste projeto do Reino de Deus, vivendo tudo isso que Jesus ensinou. Glorificamos a Deus por isso. E hoje ela recebe o seu pároco, na pessoa do padre Everton, para continuar a missão. Aqui está o padre que fez toda a sua caminhada formativa em nossa diocese, aqui sua mãe e suas irmãs. O Padre também tem família. E isso é importante. Porque são chamados para servir ao povo de Deus. Quem disse sim vai ser recrutado para ajudar na linha de frente da prática do Reino de Deus em nossa comunidade e nossa Igreja.
Meus queridos irmãos, que vocês possam recebê-lo com amor. Como tenho feito nestas posses termino a homilia dizendo uma palavra sobre o trabalho do padre. Quero enfatizar que a carga de trabalho do sacerdote é grande e estressante, principalmente em nosso ambiente urbano. É preciso estar atento para não se perder nos conflitos do dia a dia que coloca em xeque a resistência psicológica, que dispersa a pessoa.
Num mundo de conflitos, só resistem os homens de cultivo a interioridade. Ao assumir o pastoreio dessa paróquia, padre Everton, embora sendo novo como sacerdote, demonstrou responsabilidade e capacidade no cumprimento das tarefas que assumiu até agora na diocese. Inclusive ele trabalha na pastoral vocacional. Uma das verdades mais consoladoras de nossa fé é a existência da providência divina, a existência dessa comunidade. Hoje é o dia da união de vocês, que fez a força, fazendo aparecer todos os recursos necessários para construir essa bela Igreja Matriz, que prova a existência de fé nela.
De um pequeno barracão de madeira foi construída essa igreja tão bonita. E nós pela fé sabemos que isso é obra de Deus. Mais do que nós. Nós levamos tijolos, mas é Deus que constrói a casa. Quem busca o Reino de Deus sabe que essa providencia dirige a sua vida. Não faltará o necessário para realizar o ministério em nenhum lugar, onde essa providência colocar o padre. Portanto, padre Everton a tarefa é grande. Mas Jesus, Maria e José o ajudarão.
Paróquia Sagrada Família, aqui tem muito trabalho e dinamismo. Porém, o pároco é um só. Todos devem levar isso em conta, até mesmo o próprio padre. Que todos compreendam ser necessário o tempo para o padre rezar, ter os seus momentos de silêncio e também descanso. A oração e o silêncio são necessários para se recompor cada dia nas mãos de Deus e no equilíbrio interior, sem o qual o pároco não consegue agir bem.
O rito mais importante da ordenação sacerdotal é em forma de silêncio, na imposição das mãos sobre a cabeça do ordenando. Primeiro o bispo, depois os padres. O que é decisivo acontece em silencio na nossa vida. O Espírito Santo atua no silêncio. É preciso saber abstrair os muitos e variados instrumentos de comunicação que temos hoje, que nos distrai. Livrar-nos da distração. Não cair na tentação do ativismo. É saber tirando as urgências, tudo tem o seu tempo. Se souber cuidar do momento presente, o pároco estará fazendo o melhor que pode pelo futuro.
Hoje se vira uma página da história maravilhosa desta paróquia. É preciso olhar mais para o futuro que aponta o horizonte do Reino de Deus. E para o passado, que pode nos ensinar, mas não pode nos paralisar.
Moisés levou o povo até a Terra Prometida. Depois entregou a missão até Josué, que guiou o povo para se estabelecer nesta terra. Cada um teve a sua missão. Acolham bem o padre Everton, que ele já os acolheu coração.
Que o nosso Senhor, o menino Jesus, José e Maria, padroeiros desta paróquia possam caminhar com vocês nesta bela história que vocês desenvolvem de união, fraternidade que começou com o padre Paulo Afonso e hoje continua com o padre Everton. LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!