Nós ouvimos a Palavra de Deus. Mesmo estando cansados do dia trabalho, vocês vieram e isso é muito bom! Vieram celebrar a fé em torno de Jesus, presente nesta palavra e na eucaristia. Celebrar os que foram fiéis a Ele, como São Jeronimo Emiliani. Agradecer a Deus o dom que Ele dá hoje a essa comunidade paroquial na pessoa do padre Benedito.
Meus irmãos e minhas irmãs! O que a Palavra de Deus nos fala? A primeira leitura nos mostra como vivem aqueles que amam Jesus, que encontraram Jesus e decidiram segui-lo. Aqueles que amam Jesus vivem na fraternidade, na honestidade, uma vida correta, não fazem do dinheiro objetivo de sua vida, do lucro. Vivem na harmonia e não na briga, na divisão, nada de violência. Aqueles que amam Jesus imitam o próprio Jesus na sua vida. Esse é o esforço do cristão. Todos aqui foram batizados e tudo o que diz a primeira leitura muita gente já vive, fazendo caridade, amando e perdoando o próximo.
Porém, vocês sabem muito bem que não é fácil perseverar neste caminho do seguimento de Jesus. Porque é como remar contra a corrente. Veja João Batista, um profeta que veio chamar as pessoas à conversão, mas nem todos o ouviram, assim como não ouviram Jesus. O Evangelho nos narra o martírio de São João Batista, prenúncio do martírio do próprio Jesus, que também como seguidor dos profetas do Antigo Testamento anunciou a vontade de Deus, mostrou o amor de Deus, mas foi recusado.
Lendo bem esse evangelho nós ficamos pensando, paramos em algum detalhe. Vejam bem, o rei deu uma festa, no meio da festa provavelmente já bêbado, prometeu coisas absurdas que depois teve de cumprir. Como fazer o que foi pedido por aquela moça que dançou. Ela pediu a cabeça de João Batista que estava na prisão do palácio e o rei teve que atender. É impressionante como o rei Herodes gostava de ouvir João Batista, admirava, sabia que ele era um homem justo, santo. Mas não quis praticar o ensinamento do profeta. Por isso na paixão de Jesus, Pilatos manda Jesus para esse mesmo Herodes. E Jesus ficou quieto, não disse uma palavra.
Isso nos faz refletir o quanto muitas vezes ouvimos, ouvimos e ouvimos a palavra de Deus, mas hesitamos em acreditar que dá certo colocá-la em prática. Ficamos indecisos. Pensamos: “Tudo bem, Jesus pede que eu perdoe, mas não vou fazer isso, não. Não é assim! Não é desse jeito! Deixa para depois!” Jesus nos pede para que repartamos o pão. Mas pensamos: “Ah, vou jogar no lixo, mas não vou repartir, não! Tenho vergonha de ir lá dar um pão para quem precisa.” Então a gente nunca coloca em prática a palavra de Deus, nem pede a Ele a força para fazer isso.
Ficamos então semelhantes a Herodes, que ouvia a pregação, admirava o pregador, mas ao invés de segui-lo e praticar, mandou matar. Quanto que acontece isso neste mundo com os profetas que Deus envia nos dias de hoje? Nós sabemos, mas a comunidade cristã deve a cada dia, a cada eucaristia, renovar a sua fé em Jesus, dizendo: “Senhor meu Salvador, meu Deus.” Nós cantamos no ato penitencial, sede meu Salvador, não meu juiz. Mas para que ele seja meu Salvador, é preciso que eu ouça e pratique as palavras de salvação que Ele nos dá.
Parece impossível, mas com a graça de Deus não é. Vejam o exemplo de São Jerônimo Emiliani, que hoje nós fazemos memória. Ele foi um jovem entusiasmado, foi para guerra como soldado. Imagine uma pessoa que está numa guerra na época dele. Com espadas. Mas ele parou, pensou e foi tocado pela graça de Deus. Talvez pensando no tanto de crianças órfãs que as guerras deixam. Vocês sabem em lugares que tem guerra, as crianças não vão para a guerra. Os pais vão. E morrem. E as crianças ficam órfãs, se não tem mãe ou a mãe também morre. Então, por onde passa uma guerra deixa um rastro terrível de doentes, feridos, mas também órfãos.
Talvez tocado por isso, esse jovem Jerônimo tomou uma decisão de praticar a palavra do Senhor. ‘Quem acolhe esses pequeninos, a mim que acolhe’. E ele dedicou toda a sua vida para trabalhar em beneficio dos órfãos, das crianças órfãs que não faltavam na sua época e hoje também tem muito nesses lugares, principalmente onde tem muita guerra e tanto conflito de todo tipo, e também no meio de nós. Vamos agradecer a Deus, porque Deus, na pessoa de São Jerônimo, é um exemplo para sua Igreja.
Queremos agradecer também aqueles que até hoje seguem o seu carisma, os padres somascos, que estão aqui em nossa diocese há muitos anos trabalhando nesta região, uma região grande, que foi dividida em paróquias. A Nossa Senhora de Guadalupe, principalmente. Então são eles que cuidavam desde a época do Dom Cláudio Hummes, na década de 80. Então nós queremos agradecer a Deus, o dom do ministério deles no meio de nós. Aqui tem três padres, o Aloísio, o Geraldo e agora veio o padre Benedito, lá de Uberaba, mocinho entusiasmado, animado! Então vocês o acolham bem como vocês sabem fazer.
São Paulo disse para a comunidade que estava recebendo o Tito, que era jovem. Não é porque o padre Benedito é jovem que vocês vão achar que ele não vai dar conta. Vai dar conta, sim! Ele vai ser um bom padre para vocês. E vocês vão ser bons irmãos e irmãs para ele, para a comunidade. Como foram para o padre Enzo, também. Tanto trabalhou aqui e nós agradecemos a Deus pela sua dedicação, também ao padre Paulo.
Hoje, ao tomar posse, vocês viram os ritos que a Igreja prescreve. Muita gente fala “Mas para que esses ritos, essas coisas?” Quando você vai numa festa de aniversário se não faz direitinho, todo mundo sai decepcionado! Imagina chegar numa festa de aniversário e já partir o bolo, bate palma e dizer “agora já vamos embora”. Todo mundo fica descontente. Em nossa vida tudo tem os seus ritos. Faz parte da vida.
Ler a provisão serve para que toda a comunidade saiba que através do bispo, a Igreja o escolheu, não só como padre, mas como ministro servidor nesta comunidade. E como ele vai ser aquele responsável por dirigir a comunidade nos caminhos da fé, ele faz sua profissão de fé, uma fé da Igreja, nós participamos desta fé a partir do dia do batismo.
Depois ele vai fazer a renovação das promessas do batismo, do sacerdócio. Todo padre que assume uma tarefa na Igreja, uma tarefa de responsabilidade espiritual, deve fazer essa profissão de fé, renovar as promessas sacerdotais. Todos. O papa faz quando é nomeado. O bispo diante dos outros bispos. O padre diante do povo aqui. Então tudo isso mostra como nossa Igreja cerca de cuidado o pastoreio, o trabalho do padre com o povo. Por que qual a maior riqueza que Deus coloca na sua Igreja? Sabemos que é Jesus. Mas Jesus está na Igreja para salvar quem? O seu povo.
E o padre assume como pároco, em nome de Jesus. Ele vai ser o pastor. Jesus é o único pastor. Mas ele é sinalizado, visualizado, sentido na pessoa do sacerdote, que ele escolhe para receber o sacramento da ordem. O que é o sacramento da ordem? É o sacramento de ser sinal de Jesus na comunidade. Jesus disse: “Eu estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos”. E ele está mesmo! Ele está na Eucaristia, está na palavra, está no amor que nos une e está na pessoa do padre.
Você precisa ter fé para acreditar que Jesus está na eucaristia. Precisa ter fé para acreditar na palavra, ter fé para acreditar que vale amar o próximo e também ter fé para acreditar que Jesus quer estar presente na pessoa deste padre aqui. E assim é e que vocês aceitem o padre na fé. A questão de aceitar o padre não é gosto ou não gosto, quer ou não quer. É questão de fé.
Em nossa Igreja, o padre é visto como um dom que Deus dá para a comunidade. Isso favorece que nós recebamos na fé E essa fé que temos no ministro que Deus nos dá é uma homenagem a Jesus. O Senhor mandou esse seu servo, nós o acolhemos.
Então, que essa comunidade agradeça o dom que Deus dá a ela, através do padre Benedito que assume como pároco. E não nos esqueçamos de rezar pelas vocações sacerdotais, religiosas e rezar por muitos lugares que não tem padre na paróquia. Em nossa diocese temos duas que não tem padre. O padre vizinho assumiu para ajudar. Então, não se esqueçam de rezar pelas vocações sacerdotais. Tanto dos padres da diocese, como dos religiosos que nos ajudam tanto. LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!