“O bem tende sempre a comunicar-se!”, lembrou o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. É alicerçado sob esta verdade e, principalmente, pelo mandado de Jesus – “Ide e anunciai” –, que se faz tão necessário empreender esforços na organização e na busca de bons resultados com as visitas pastorais missionárias. Se você não sabe o que elas significam, a resposta é simples: são pessoas comuns – engajadas ou não nas pastorais – que receberam o anúncio do evangelho e se dispõe a fazer o mesmo por outras pessoas.
Para algumas comunidades, organizar as visitas pastorais missionárias pode representar um desafio. Ou porque o assunto é desconhecido ou por ser inédito. Pensando em colaborar para a realização e a conquista de bons resultados, confira algumas dicas práticas:
Fortaleça a Pastoral de Conjunto
Antes de pensar que a Pastoral de Conjunto se trata de uma nova equipe, entenda que essa inspiração – cujos os primeiros sinais brotaram no Concílio Vaticano II – se trata de um alinhamento estratégico de unir as pastorais num mesmo objetivo. No caso das visitas pastorais missionárias, esse fortalecimento acontece quando se integra os dons e serviços que cada pessoa e pastoral possui em vista da evangelização. Por exemplo: você pode pensar na estrutura das visitas considerando o que cada pastoral possui como natureza e missão e organizá-las para que atuem no que estão habituadas a fazer.
Todos podem evangelizar e anunciar Jesus do modo convencional, na conversa e na abordagem pessoa-a-pessoa, mas há serviços que podem ser articulados pelas pastorais: se nas visitas forem identificadas pessoas que precisam dos sacramentos, entram em cena as pastorais e equipes que atuam nesta esfera: pastoral do batismo, pastoral familiar, catequese. Se, durante as visitas, forem organizados momentos comunitários de oração, missas etc, poderia atuar a pastoral litúrgica, a música, os ministros da Sagrada Comunhão, os coroinhas. E assim, de acordo com o que for percebido como necessidade, as equipes e pastorais da comunidade entram em ação.
Como capacitar missionários para as visitas?
No Plano de Ação Pastoral da Diocese de Santo André, a ação missionária é uma prioridade. Pode ser comum, quando se fala em visitas pastorais missionárias, que as pessoas imaginem que só está apto para a missão aqueles que passaram por longos anos de estudos, formações ou têm muitos anos de caminhada na Igreja. É claro que a formação e o tempo são fatores importantes, mas oferecer uma formação continuada – para quem tem pouco ou muito tempo na comunidade – é fundamental quando se pretende alcançar bons resultados na evangelização.
É possível criar eventos de formação, palestras, momentos de oração e capacitação para estimular e capacitar as pessoas para o anúncio do evangelho. Como material de apoio, além de contar com os subsídios oferecidos pela Diocese de Santo André, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium pode ser um grande auxílio na empreitada.
Pense na estrutura das visitas
Um modelo que funcionou muito bem em 2016 e foi utilizado, primeiramente, pelo bispo de Santo André, D. Pedro Carlos Cipollini, foi de realizar as visitas aos fins de semana. O grupo de missionários se reúne no sábado pela manhã para o café da manhã e uma oração de envio e, em seguida, partem em duplas para as visitas pastorais missionárias nas casas. Retornam no almoço e voltam para a missão durante a tarde. No domingo acontece dinâmica semelhante.
O fim de semana pode ser encerrado com missas e/ou celebrações da palavra nas casas – de acordo com a região e com a disponibilidade de sacerdotes e ministros extraordinários da Sagrada Comunhão – ou com um momento de oração e louvor, agradecendo a Deus pela experiência e por todos os que foram alcançados pelo amor divino na ocasião.
Como organizar as visitas?
- Crie um grupo – que pode ser composto com representantes de pastorais e lideranças – para pensarem juntos nas visitas pastorais missionárias;
- Prepare um calendário prevendo a capacitação e o engajamento dos agentes pastorais, dos missionários visitadores, os dias das visitas e todas as atividades que ocorrerão no antes, durante e depois das visitas. Coloque neste calendário, inclusive, as datas das reuniões preparatórias;
- Organize momentos para difundir a cultura da missionariedade: momentos de oração fora da paróquia, celebrações da palavra nas casas, shows evangelizadores, abordagem do tema nas homilias, campanhas gráficas que circulem nas redes sociais;
- Conte com o apoio da Pastoral da Comunicação para que as visitas pastorais missionárias estejam sob o conhecimento de toda a comunidade e também na produção do material gráfico que será utilizado. Isso pode aumentar o engajamento e torna o assunto mais compreensível e visto como uma possibilidade real de envolvimento para os leigos.
- Faça um levantamento geográfico da área da paróquia e organize em setores de acordo com o perfil e necessidade de cada área: isso vai ajudar na distribuição dos missionários. É importante designar um coordenador para cada setor, alguém que fique responsável também no período pós-visita. Essas ações viabilizarão um acompanhamento das visitas, inclusive sobre as medidas que necessitam ser tomadas depois que elas acontecerem.
“Todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas «por atracção” – Papa Francisco, Evangelii Gaudium